terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Circumstance: um pequeno retrato do Irã

Laís Albuquerque

(Cena do filme)

O filme Circumstance, de 2011, é tão ousado quanto pode. Criado e dirigido por Maryan Keshavarz, conta a descoberta do amor entre duas jovens iranianas em Teerã, capital do país.
Na primeira metade do filme, o espectador é apresentado à efervescente vida da juventude iraniana. Com suas festas, encontros, jogos de sedução, álcool, drogas, exatamente como os jovens ocidentais costumam se comportar. Só que escondido, por tudo isso ser proibido no Irã. Essa apresentação acontece pelo olhar das duas protagonistas: as amigas Atafeh e Sheeran.
Atafeh (Nikohl Boosheri) é uma moça de família rica, não-religiosa e de antigos rebeldes. Sua vida, em casa, é a mais ocidental possível. Já Sheeran (Sarah Kazemy) é uma órfã, pobre e que vive com a família bastante atrelada ao islã. Sheeran é constantemente assediada nas ruas por ser filha de ativistas rebeldes que morreram lutando contra o regime no Irã.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O indefinido

Por Aderlon Amorim













Olhar ou não olhar? Fico na dúvida ao pensar
Tocar ou não tocar? Minhas mãos soam quando te vejo passar
Beijar ou não beijar? Meus lábios molham quando estás aqui
Sentir ou não sentir? É o meu calor humano que me leva para ti.

Aprecio tua pele
Mesmo de longe ela me encanta
E ainda que nunca beije o seu rosto
Me deleito nessa dança

Imaginar, todos podem
Viver o imaginário, não consigo
Aprecio tua imagem meu doce anjo, meu abrigo

Uma catástrofe me deixasse
Não sei ao certo o que é
Também não sei se és homem, também não sei se és mulher.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Heterofobia: vivendo num mundo ao contrário


Por: Yasmim Pessoa

Que tal imaginar um mundo onde a homossexualidade é vista como normal e a heterossexualidade é condenada? Hoje está permitido usar a imaginação. Vamos idealizar famílias felizes compostas por duas mães ou dois pais que educam seus filhos para que se apaixonem por pessoas do mesmo sexo que eles.
Vamos criar uma cidade, que podemos chamar de “Arco-Íris”. Nela casamentos de pessoas do mesmo sexo são realizados todos os dias, meninas brincam de casinha com suas amiguinhas sendo as mamães de suas “famílias” e histórias como “Romeu e Júlio” são encenadas nas escolas.
Agora imagine alguém que fuja dessa regra, uma menina que comece a olhar diferente para o seu primo, por exemplo, ou se interesse pelo seu colega homem de sala. A garota está inquieta por estar fugindo dos padrões da sociedade em que vive. Os coleguinhas percebem seu gosto diferenciado e começam a proferir os mais diversos xingamentos heterofóbicos contra ela.